terça-feira, 10 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
pra explicar um pouco...
Quem me vê esbravejando no twitter imagina: olha aí mais um clichê de louco Corinthiano, em tempos de muito marketing e encenação, pode até imaginar que minhas reações sao exageradas, pensadas.
Esqueça amigo, "aqui é Corinthians" é algo inexplicável, um amigo meu define bem: “corinthiano não gosta de futebol, gosta do Corinthians”..... mentira!!!!, com um fundão de verdade, o Corinthians é maior que qualquer coisa, até que o futebol. Ontem alguém escreveu em uma foto minha do instagram dizendo não entender tanta loucura, minha resposta foi sincera: nem eu! . De qualquer jeito , vou tentar explicar tudo isso.
Desde que me liguei que existo, sou corinthiano, lembro perfeitamente do gol de tupazinho contra o São Paulo em 1990, disputando espaço com a trave, em um lance esquisito, eu tinha 6 anos na época e era o primeiro título nacional do Corinthians: campeão brasileiro.
Poderia aí ter começado uma história de glorias e títulos, ia ser bacana contar como título após título fui me tornando mais alvinegro, a verdade é que dali pra frente viriam outras vitorias, é lógico, mas nunca foi fácil, alias, de 90 até 95 o Corinthians não ganhou nada relevante, só apanhava, seguidas vezes. Enquanto meus amigos do colégio comemoravam os títulos mundiais do Sao Paulo, palmeirenses entrariam na famosa "era parmalat" eu seguia ali, sofrendo com o timão.
Nessa época, Corinthians e futebol eram as duas únicas preocupações da minha vida, tinha na cabeça todos os jogos do Corinthians, sabia o nome, a data de nascimento, a idade, a origem e até o nome da mãe de cada jogador do timao, desde Ronaaaaaaldo o goleiro, ao Ezequiel, um dos melhores volantes que vi jogar. Cantava todas as musicas de arquibancadas, cultivava todas as superstições possíveis.
A cada vitoria do Corinthians alegria sem fim, nas derrotas, vergonha, desespero de encarar a zoeira no colégio no dia seguinte, muitas vezes ficava tão nervoso que passava mal, quantas vezes não acabei de cama com febre por causa de uma derrota do Corinthians, é verdade, pergunte para a coitada da minha mãe ...
Quando fiz 11 anos, o Corinthians estava na final da Copa do Brasil, assisti ao primeiro jogo em casa junto com meu avo Jean, alguns dias depois o Corinthians seria campeão e meu avô, herói de guerra, o cara que eu tinha como exemplo, chef de cozinha e tal , morreu , era a primeira vez que tive que lidar com algo desse tipo e o Corinthians tava lá, junto comigo.
Os anos foram passando, e o Corinthians mudando, cada ano um time novo, ídolos novos, vi times horríveis, outros incríveis como o de 98/99/00 .Comemorei muito, sofri demais.
Em 2007, a queda para serie b, desespero, angustia, sensação de presenciar um desastre, "calma amigo, é só futebol..." não, não é.... não é mesmo.
Mas o desastre uniu a torcida, aumentou ainda mais minha paixão por este time, fui a todos os jogos do Corinthians em São Paulo , empurrei aquele time de volta, era mais um no bando de loucos, deu certo.
E agora, depois de muito sufoco, o Corinthians na final da libertadores, o único título que falta, o sonho dessa torcida, não podia ser melhor, contra o Boca no Pacaembu, é título pra ninguém contestar, o dia mais importante da história do Corinthians até agora.
Vou sofrer muito, vou xingar, talvez tenha um enfarte ou coisa assim, mas vale a pena, porque como gosto de dizer, o Corinthians é a segunda coisa mais importante do mundo, a primeira deve ser bem importante, mas hoje, em dia de jogo, eu esqueci do que se trata.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
lá vou eu de novo..
tamo de volta! |
Tinha chegado a hora, Paris, 15 de abril, minha
primeira maratona. Foi um ano de treino, quilômetros e mais quilômetros
percorridos, dores pra lá e pra cá, muita corrida, fisioterapia, musculação, provas,
alimentação, enfim uma rotina quase de atleta só que sem fins lucrativos,
alias, bem ao contrario disso.
Pra que correr? No começo podia ser pra emagrecer,
provando tanta coisa no restaurante já tava no estilo turma do Fofão e
precisava de um esporte, podia ser também pra relaxar, pelas ruas esqueço de
toda encheção de saco rotineira e concentro no lado positivo da vida, podia até
ser por masoquismo mesmo, aprendi que superar os limites do corpo é das coisas mais
prazerosas que existe. A real é que de uma hora pra outra correr ficou tão
natural e necessário quanto respirar.
Chuck Noris nunca correu uma maratona! Eu já! |
E haja respiração, 4horas e 15 minutos correndo
pelas ruas de Paris, curtindo cada segundo, quase meditando. Nesse tempo,
dá pensar bastante na vida, tem gente que usa a corrida como psicólogo, é bacana,
grátis e ninguém fica sabendo das sacanagens que você fez por aí. No meu caso,
não penso em nada, é quase como se meu cérebro estivesse antiaderente, como uma
daquelas frigideiras de teflon, os pensamentos vão e vem, mas nada cola de
fato.
Correr 42,195km foi fantástico e muito mais tranquilo
do que parecia, todo aquele desafio que não iria ter fim passou rápido, se
bobear, mais rápido do que devia . Apesar de voltar pra casa feliz da vida, com a minha
medalha de participação e minha camisa de “finisher” para botar moral nas corridas
no parque, já no avião, uma coisa não saia da minha cabeça. E agora?
Óh eu ali!! |
É amigo, aprendi que a sensação de dever cumprido
dura pouco, em uma semana de treinos de boa no parque já estava desesperado por
um novo desafio, um objetivo para o resto do ano. E foi um mês nesse dilema, me
convencendo a esperar um pouco para a próxima maratona, numa batalha entre a
vontade de correr e a de não parecer um obcecado por corrida.
Não teve jeito, melhor assumir o vício nessa tal de
corrida, domingo dia 7 de outubro, em Buenos Aires, vem aí minha segunda
maratona!!
terça-feira, 29 de maio de 2012
Esconda o seu restaurante !!
ATENÇÃO O
POST A SEGUIR É UMA BRINCADEIRA !!
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência .. FOODIES eu AMO vocês!
sushi do meu restaurante escondido |
Se você
tem um restaurante só seu, aquele em que você é super bem atendido, come bem,
conhece o nome do dono, do garçom e do manobrista, guarde para você!
Você pode
não perceber, mas por aí, escondidos por trás de chapeuzinhos panamás,
gravatinhas borboletas e iphones mega equipados, estão os foodies. Eles são
espertos e sempre conectados, podem de uma hora para outra transformar esse seu
restô de estimação no novo point diferente e descolado da cidade "aquele
restaurante que ninguém conhece". Acredite ! Você não quer isso!!
Se a
noticia se espalhar pelas comunidades foodies você será esnobado pelo mesmo
manobrista com o qual discutia o jogo do Corinthians, será obrigado a trocar o
seu prato favorito por alguma referencia naturalista nórdica e terá que
harmonizar todo e qualquer aspecto do seu jantar, da bebida ao pós-barba do
garçom.
Foodies
são uma tribo nômade que se espalhou pelo mundo fazendo listas de melhores
restaurantes, criando blogs com nomes esquisitos e transformando cozinheiros
dedicados em egocêntricos malucos... Cuidado!!! pessoas que são capazes de se
deslocar por horas num transito infernal só para comer um hambúrguer. São
capazes de tudo !!!
Portanto,
boca fechada, se você ama mesmo esse seu restaurante, guarde para você, não
tenha medo, se o restaurante é mesmo bom, não faltarão bons clientes, se for
ruim, fechará de qualquer jeito.
PS: se o
restaurante em questão for o meu, faça propaganda a vontade e desconsidere esse
post!
quinta-feira, 24 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Na estrada
A comida é a melhor ferramenta para resgatar bons momentos, fotos e filmes se perdem em álbuns empoeirados ou pendrives esquecidos, mas a memória gustativa é daquelas coisas que nunca acabam, mais ou menos como aquela novela da Malhação.
Nesse final de semana tive um desses deja vues gastronômicos, pegava a rodovia dos Tamoios rumo a Ilhabela quando avistei um restaurante de beira de estrada, era o Fazendão na cidadezinha de Paraibuna ! O Fazendão fez parte da minha infância, passava quase todas minhas férias de verão no litoral norte de São Paulo e o sanduiche de lingüiça com vinagrete era o símbolo do começo das férias, devorar aquele sanduba era o passaporte para diversão que estava por vir.
Sempre digo que o paladar é um caminho sem volta, de mordida em mordida evoluímos, a cada bom jantar nos tornamos mais exigentes, por esse motivo, apesar da empolgação de reencontrar o sanduba da minha infância já fiquei com o pé atrás, a baixa expectativa ainda é o maior segredo para a felicidade, tinha que manter a minha bem domada.
Mas não houve nem sinal de decepção, tudo continuava como antes, a chapa ainda é a lenha, a lingüiça gostosa como sempre, o pão fresco e o queijo da fazenda derretido e queimado na borda estava ali , firme e forte. Pqp q maravilha!
Quero ainda rodar as estradas do Brasil para conhecer todos os lugarzinhos que fazem a alegria dos viajantes, quem tiver dicas, por favor mande nos comentários!!! Até semana que vem!!!
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Observatório ambulante
Tenho corrido bastante pelas ruas de São Paulo, o que me faz ter uma relação um pouco diferente com a cidade, do carro com portas e janelas fechadas passamos por tudo muito depressa ou, com o transito absurdo, mais devagar do que deveríamos.. De qualquer maneira, essa arminha de guerra particular que dirigimos por aí, distorce a cidade, deixa tudo homogêneo e funciona como lente de aumento para a feiúra dos prédios e ruas e para a maluquice das pessoas.
Correndo, consigo observar a cidade de perto, ouço os barulhos, sinto os cheiros, vejo as coisas, como um daqueles filmes 5D, o interessante é que como estou em outro ritmo, correndo rápido, de tênis e roupa esportiva, estou de certa forma fora do contexto e isso aumenta minha capacidade de análise das coisas.
Analisar as pessoas, além de divertido é fundamental para minha profissão, com o passar do tempo, consigo identificar cada vez melhor o perfil de cada cliente, entender o que o cara quer, saber, pelas suas características, qual é o tipo de comida que vai encantar. Confesso que existe um bocado de preconceito no que estou falando, mas, por outro lado, é bastante eficaz, quase sempre certeiro.
Meu observatório ambulante capta impressões diferentes a cada lugar e a cada dia, tem a cidade coxinha, onde brotam restaurantes italianos mais ou menos bons, prédios neoclássicos e carros brancos, tem a São Paulo hipster, dos óculos de armação grossa, roupas coloridas, papos de yoga e indie rock, tem uma massa trabalhadora que esta mais preocupada em não perder o ônibus do que qualquer outra coisa, há varias outras são paulos e como um vinagrete mau batido, é fácil ver as diferenças.
O importante nessa história é que continuo correndo, todo dia, de um lado ou outro da cidade, analisando tudo, tirando conclusões q não levam a nada, enriquecendo meus assuntos de bar e absorvendo a cidade, é divertido e é meu novo passatempo.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Hot Dogs a la française |
Não sei,
só sei que foi assim.
Durante a
noite comecei a acompanhar as movimentações pelo twitter, todo mundo falando
sobre a virada gastronômica, a expectativa para a galinha do Alex era enorme.
De repente começam as noticias negativas, muita gente, pouca galinha, confusão
e um clima de secação parecido com o que acontece quando o Corinthians joga a
Libertadores, manja aquele vizinho palmeirense que não vê o time ganhar nada e
fica zicando o dos outros? Era um pouco esse o clima da coisa.
Caminhãozinho |
Às 4 da
manhã já parti pro restaurante, era a hora de empacotar as coisas, colocar no
caminhãozinho e partir pra ignorância, sabia que iria trabalhar muito, nem
imaginava o quanto...
Chegamos
no minhocão e uma feira começava a ser montada no local de descarga dos
equipamentos, resultado, uma baita luta com os caras do caminhão de peixe, eu
com essa cara de manézão tentando impor respeito, e meu pai, que a principio só
iria me dar uma mão para descarregar as coisas, quase sendo atropelado por um
brother bêbado do caminhão de frutas.. uma beleuuuza..
Baguetes !! |
Subimos,
montamos os equipamentos na barraca, um monte de quilos de salsicha, umas 2300
baguetes, bechamel, queijo gruyere, salamandra, banho Maria, periquito,
papagaio, as criança, as mala, no estilo família feliz partindo pro feriado na
praia, só faltou o Kadet sem ar condicionado e o poddle correndo na tampa do
porta-malas.
Manhã (fila) |
Organizada
a barraca, cadê a luz??? Nada, e não teve luz até as 9 e pouco da manhã. Enquanto
isso chegava gente de tudo quanto é lado, alguns mais loucos que o Batman,
outros com sono e fome, mas todo mundo num clima bacana, sem agressividade, bem
de boa mesmo. Antes de chegar a luz, minha barraca já tinha fila e foi assim
durante todo dia, das 5 da manhã as 19:00 da noite..
Tarde (ainda fila...) |
Nas horas
que passei fazendo hot dog no minhocão, não parei um minuto, nem para comer,
nem para ir ao banheiro, nem para falar com a minha namorada que pegou fila
como todo mundo para pegar o dogão Frances, minha equipe me acompanhou e
servimos mais de 2000 hot dogs, sem parar, nosso café da manhã foi um ultimo
hot dog as 19:00 da noite.. vou ser
obrigado a falar: AQUI É CORINTHIANS AMIGO!!!
Houve
problemas, alguns previsíveis como as filas desorganizadas, outros de ultima
hora, como a luz que não parava de cair ou gente mal educada que queria furar a
fila, mas o saldo do chefs na rua foi incrível.
Noite (mais fila) |
São Paulo é carente de iniciativas como essas,
vivemos enfurnados em nossos carrinhos ou dentro de metros e ônibus e
esquecemos que existe vida nas ruas e calçadas. O chefs na rua foi importante,
mais importante do que pareceu, mesmo que de maneira desorganizada e
atabalhoada foi uma oportunidade de aproximar o público da comida, mostrar que
gastronomia é algo que faz parte da vida dessas pessoas, não é algo desconexo,
não é “para poucos” como o secretario Kalil em uma frase infeliz ressaltou.
E mesmo
que a experiência não venha a servir para nada, para mim foi fundamental, relembrei
o motivo pelo qual escolhi essa bagaça de profissão, curti cada segundo com minha
equipe e com meu pai, consegui trazer um pouquinho de felicidade pra algumas
pessoas por ali, mesmo que tenha incomodado alguns malas sem alça.
terça-feira, 8 de maio de 2012
é só mais um blog de comida ..
Tudo bem,
ninguém tem mais saco para blogs, ainda mais os gastronômicos, com fotinhos de
comida pra cá, "criticas de restaurantes" pra lá e todo aquele
blablabla que só o encantador mundo dos gastrochatos pode proporcionar.
Porque
então escrever mais um?
Porque eu
curto escrever, acho divertido e assim como a corrida, funciona um pouco como
exorcismo, a partir do momento que eu boto uma idéia no papel, mesmo que
toscamente como costumo fazer, deixo de pensar nela e passo pra próxima. Além
disso, ta difícil ganhar dinheiro com restaurante e ouvi dizer que tem uns
problogers milionários por aí, vai que rola...
Peço ao
leitor que não leve a sério as coisas que eu escrevo por aqui, não tenho
pretensões ambiciosas com esse blog, não planejo salvar o mundo, nem
revolucionar a gastronomia (embora eu ache isso perfeitamente possível) , sou
irônico e auto irônico sempre, peço a gentileza e a compreensão de vocês .
Pretendo
falar aqui tambem sobre outras 2 grandes paixões, a corrida, afinal acabei de
me tornar maratonista e concorrente a vaga olímpica em 2016 e sobre o
Corinthians, importante lembrar que o Curintia é a segunda coisa mais
importante existente no mundo, a primeira eu não me recordo no momento mas
também deve ser importante. Bom, acho que é o que temos pra hoje... Vamo lá!
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